quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Forasteiro

Lembrei de quando tudo o que eu escrevia era pra ti. Lembrei que eu inventava, recriava, reparava em qualquer detalhe pra sentar e criar uns sonhos bem fantasiados pra ti, pra mim, pra nós. Todo dia que eu lembro das pessoas, do tamanho que cada uma delas tem pra mim, eu vejo que coloquei uma parte enorme do sentimento que sou capaz de sentir em cima de ti e só. 
É por isso que vou chorar mais umas dezenas, centenas de vezes, mas eu não me importo com essa dor, porque pra mim é a dor de sentir. Sentir pra mim é enorme e faz uma falta danada, dói mesmo é não sentir, dói é quando o vazio chega e me encomoda. Tentei lembrar de como foi que tu chegaste aqui e preencheu toda e qualquer brechinha que tinha em mim. Não lembrei, não sei como foi e nem como estará, a incerteza é o que move os meus dedos e forma  todo essa parede sem forma, nas horas em que os meus olhos fecham, perebi que eu não perco nada com isso, o tempo é piada, já dizia o compositor.
Tempo, espaço, vazio. E como a necessidade de dizer o que já foi dito, o que não é novo, o que eu faço meu caminho.
Agora que tudo que no começo teve um pouco de sentido, se perdeu no infinito que é o mundo das ideias que eu carrego nessa maleta, nesse navio e nesse mar.
Acabei de me lembrar que no começo eu disse que escrevia pra você. 
Percebi que nada mudou tanto assim.

2 comentários:

  1. "Agora, depois daquele tempo nossa, digo que não, mais ainda sobra um pouco dele"

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  2. Ótimo texto!
    Me identifiquei com o que você escreveu, e no final o que cura mesmo é sempre o tempo na maioria das vezes.
    Seguindo :)
    -
    http://ohgodhelpthisgirl.blogspot.com/

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